Aprendendo a orar

Aprendendo a orar

Blog By maio 22, 2014

Aprendendo a orar

Capítulo 9 (v. 1-27)

O capítulo 9 de Daniel trata de algo muito interessante. Diversos são os assuntos que podem ser extraídos do texto, mas alguns se destacam, assim como nos capítulos anteriores. Em resumo, o capítulo aborda uma oração de súplica de Daniel a Deus, em favor do povo de Jerusalém. É a primeira oração descrita no livro de Daniel, e um bom modelo de como devemos nos dirigir a Deus.

No Antigo Testamento, ou seja, na velha aliança, era incomum tratar diretamente a um Deus pessoal. Poucos são os que tiveram esse privilégio; menos ainda, aqueles que viram o Senhor face a face.  No caso de Daniel, sabemos que ele era um homem justo, fiel e temente a Deus, conforme vimos nos capítulos anteriores. Também sabemos que ele orava ao menos três vezes por dia, o que o mantinha próximo do Pai. Nessa oração de Daniel, há diversos elementos que são restritos à antiga aliança, porém muitos são semelhantes e modelo para a nossa vida hoje, na nova aliança.

O versículo 3 fala que Daniel voltou o rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, pano de saco e cinza. O elemento essencial nesse versículo é o jejum. É essencial sabermos jejuar e orar a Deus em consagração, ou seja, em um momento de negação própria e dedicação total a Ele.

No decorrer da oração, Daniel louva a Deus (v. 4) e declara sua natureza pecaminosa (v. 5). Ele continua a exaltar a Deus e se humilhar nos versículos seguintes, até que ele declara: “Ao Senhor, nosso Deus, pertence a misericórdia e o perdão, pois nos temos rebelado contra ele” (v. 9 ARA). Em seguida, no versículo 14, ele diz que “justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as suas obras que faz, pois não obedecemos à sua voz” (ARA).

Daniel exalta ao Senhor, fala do pecado do povo, humilha-se e demonstra a fraqueza do ser humano. Mesmo sendo “espiritual” (termo usado hoje em dia), Daniel reconhecia suas fraquezas e sabia que era apenas mais um entre os pecadores. Mas reconhecia que Deus é justo e santo. Após estabelecer a glória de Deus, Daniel suplica que “aparte-se a tua ira e o teu furor da tua cidade de Jerusalém, do teu santo monte, porquanto, por causa dos nossos pecados e por causa das iniquidades de nossos pais, se tornaram Jerusalém e o teu povo opróbrio para todos os que estão em redor de nós. Agora, pois, ó Deus nosso, ouve a oração do teu servo e as súplicas e sobre o teu santuário assolado faze resplandecer o rosto, por amor do Senhor.” (v. 16-17 ARA). Para finalizar, ele declara: “[…] porque não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias” (v. 18b ARA). Nessa conclusão, Daniel nos ensina que a resposta à oração não pode estar baseada na nossa justiça, mas na Sua misericórdia.

Por fim, Daniel declara: “Falava eu ainda, e orava, e confessava o meu pecado e o pecado do meu povo de Israel, e lançava a minha súplica perante a face do Senhor, meu Deus, pelo monte santo do meu Deus” (v. 20 ARA). Nessa passagem, aprendemos que podemos e devemos suplicar pelo nosso pecado e pelo dos nossos irmãos, sempre reconhecendo que Deus é o único perfeito e que Ele é santo e misericordioso. Sabemos que após a vinda de Jesus, o pecado foi perdoado e fomos lavados pelo Seu sangue. Porém é ainda necessário pedirmos perdão quando falhamos (1 Jo 2.1).

Os últimos versículos tratam de uma profecia e não vou entrar no mérito. Resumidamente, esse capítulo nos ensina a adorarmos a Deus em oração, a pedirmos perdão pelos nossos pecados, e a sempre reconhecermos que Ele é justo e nós, pecadores. Que este capítulo traga sabedoria e mais do amor de Deus para a sua vida.


Confira os outros textos da série sobre Daniel:

Cap. 1 – Daniel: muito mais que a cova de Leões (1)
Cap. 2 – Daniel: muito mais que a cova de Leões (2)
Cap. 3 – Quem não tem ídolos?
Cap. 4 – Desfaze os teus pecados
Cap. 5 – Santo e Profano
Cap. 6 – Um anjo na cova dos leões
Cap. 7 – Fechando o coração
Cap. 8 – Qual a sua oferta?
Cap. 10 – Compreender e Humilhar
Cap. 11 e 12 – Daniel sai da cova dos leões