Televisão?

Televisão?

Blog By abr 03, 2014

Televisão?

Há alguns anos a realidade era outra: a tecnologia não era bem-vinda. Ok, talvez não fosse o caso da cordialidade com a inovação, mas a sua própria inexistência. A televisão, por exemplo, é uma tecnologia relativamente nova. Os primeiros aparelhos foram aparecendo em torno da década de 1920 e invadindo as casas nas décadas seguintes. Mas não pense que era simples ter um aparelho desses em casa. Lembro-me que na minha infância, o que tínhamos era uma simples televisão de 14 polegadas, central, única e não-cultuada. Era mais um aparelho desses “inovadores” que estavam aparecendo por aí. Nada além disso. Pior ainda, meu avô não possuía uma dessas em casa! O primeiro contato com a tela de raios catódicos foi um tanto quanto conturbada. O matinê era famoso e legal, mas TV em casa, nem pensar! No entanto, foi suficiente alguns momentos de namoro, uma paquerada aqui e outra ali, para a aceitação total.

É claro que, em se tratando de programação, muita coisa mudou. Na época, ainda era estranho visualizar qualquer imagem “picante” na telinha. Poucos canais e a dificuldade em comprar vídeocassetes, bem como a limitação do acesso a filmes – nem tudo era como hoje, a um clique -, moldaram a mente dos nossos avós e pais a se satisfazerem com o suficiente. O passar do tempo transformou toda essa mentalidade. A introdução de beijos e amassos em filmes e novelas foi tornando tudo mais aceitável. Filmes e seriados com conteúdos pesados e anteriormente considerados “proibidos” ou “vergonhosos” já faziam parte do jantar em família. E, claro, para criar uma prática e transformar paradigmas, basta influenciar uma nova geração. As crianças na sala, assistindo a certas cenas sem qualquer restrição e cuidado dos pais, moldavam-se a um novo pensamento.

Sou dessa geração. Cresci sem restrições quanto ao conteúdo da telinha. Para ser sincero, basta eu ligar o aparelho da SKY, sentar no sofá, curtir minha televisão de 32 polegadas e assistir ao que eu bem entender: um cardápio completo com centenas de canais. Não me impressionam cenas de sexo, mulheres semi-nuas, homens sarados sem camisa, tiros e sangue. Até mesmo sei que em alguns dos canais há um acesso liberado à pornografia em determinados horários. Tudo ao meu controle. Ou ao controle da TV, que seja. Mas, e eu tenho esse controle por mim mesmo? Será que sou capaz de filtrar sozinho o que é bom e o que não é bom para mim? Melhor ainda: tudo lá, afinal, não é bom?

Somos seres incapazes de filtrar o que entra. Entrou, entrou, ponto final. Se dispuséssemos de filtros, com certeza não seria necessário se estressar com o som alto daquela pessoa sentada ao nosso lado no ônibus. Bastaria ligar o filtro e pronto. De igual modo, filtraríamos toda sorte de imagens sensuais que sabemos ser ruins para nossa vida, e assistiríamos a qualquer tipo de filme sem culpa. Não somos assim. Temos de filtrar antes de enxergar, ouvir, sentir. E isso muitas vezes significa baixar o volume ou desligar o aparelho. O problema é que não somos capazes de fazê-lo, inúmeras vezes. Para piorar, nem sabemos ou nos damos conta de que tal atitude não agrada a Deus, ou não é bom para nossas vidas. E a televisão é o exemplo perfeito dessa realidade.

Inúmeras vezes passei horas assistindo a seriados e filmes. Aliás, se eu parar para contar, provavelmente passei muito mais tempo me dedicando a isso do que à leitura ou ao estudo da Palavra, por exemplo. Talvez o mais triste disso tudo é o fato de que o conteúdo desses filmes não agrada ao Senhor. Muitos seriados dos quais eu dou risada estão cheios de promiscuidade e piadas que, inúmeras vezes, ofendem aos mandamentos e vontade de Deus. Quem nunca riu daquela piadinha safada? Quem nunca aplaudiu o casal que ficou juntos após o adultério? “Mas eles se amam…” Quem nunca ficou feliz em ver o inimigo morto e sofrendo? Atire a primeira pedra…

Há uma forte influência por parte da televisão nos dias de hoje. Ela molda nosso caráter e mexe com nossas estruturas. Não nos damos conta, mas somos bombardeados com todo o tipo de informação e pecado e maledicências, mas não temos mais uma consciência pura; ela está cauterizada. Muitos acharão loucura pensar dessa forma, nesses termos. Afinal, “não estou fazendo nada de errado”. É nesse ponto que o nosso verdadeiro inimigo mais ataca. Certa vez ouvi uma frase que diz: “o maior trabalho do diabo é fazer com que não acreditemos na sua existência”. E essa crença se reflete em muitas das nossas atitudes, quando não enxergamos estar pecando e desagradando a Deus através dos nossos olhos e pensamentos.

O pecado é forte. O tempo é chegado. O reino está próximo. Essas frases já foram ditas por Jesus há dois mil anos. Se Jesus voltar amanhã, Ele encontrará fé na Terra? Ou será que encontrará uma geração altamente influenciada pelo pecado? E, como já disse anteriormente, me incluo nessa categoria. A teoria é uma, a prática outra. Devemos buscar entender a verdadeira vontade de Deus. E volto a repetir: se for necessário desligar a televisão, assim o façamos.