Ciência

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Blog By jul 09, 2015

Ciência

“Em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência.” – Colossenses 2:3 (ACF)

Desde os primeiros anos do Ensino Fundamental, decidi que seria um cientista. Olhava aqueles homens e mulheres de jaleco branco, investigando coisas novas, lidando com pepitas e tubos de ensaio e, em meu coração, confirmava: “é isso que eu gosto”. O tempo passou e eu percebi que me dava bem nas disciplinas científicas: matemática, física, química e biologia. Nunca gostei de história, filosofia e geografia (que mudança para os dias de hoje!). Ainda novo, participei de um curso de astronomia e fiquei encantado com os astros. Já no Ensino Médio, entrei em contato com a informática e me apaixonei. Descobri um novo mundo, fiz alguns cursos e comecei a me dedicar à área técnica; por um bom tempo, fui o técnico de muitos amigos e colegas. Já adulto, me formei em Engenharia Elétrica e tive a oportunidade de participar de diversos eventos científicos (congressos, encontros, pesquisa). Atualmente, sou ainda um bolsista pesquisador e lido com ciência o dia todo. Em suma: ela está presente na minha vida da manhã à noite, há muitos anos.

A palavra ciência é originada do latim e significa conhecimento. É o caso do exemplo do versículo supracitado, onde o termo ciência se confunde imediatamente com o conhecimento. Embora essa seja a definição correta, há uma certa dificuldade em encaixar a ciência no seu devido lugar. Alguns a consideram tão especial – ou especializada -, que criam uma espécie de religião que venera seus feitos. Outros, contudo, a ignoram completamente. E é justamente nesse ponto em que a religião – nos seus termos originais – e a ciência parecem travar uma batalha sem fim. É possível conciliar ambas?

É histórica a divergência entre ciência e religião. Houve momentos da história em que ambas caminhavam juntas, sem forte hesitação, especialmente quando a Igreja Católica mantinha sob seu poder grande parte do conhecimento. Na realidade, a religião detinha a explicação para inúmeros fenômenos e, não raramente, grandes pensadores e cientistas saíram de dentro da igreja. Apenas para citar alguns: Blaise Pascal, Johannes Kepler, Isaac Newton e Michael Faraday.

Um dos importantes momentos de ruptura entre a ciência e a religião foi a publicação do livro A origem das espécies, de Charles Darwin. O naturalista britânico pôs uma pedra no meio do caminho, o que causou uma divisão no meio científico-religioso. Por explicar a teoria da evolução, Darwin praticamente eliminou a necessidade de uma explicação metafísica (além da física, sobrenatural) para a origem da vida, dando início a uma corrida científica sem precedentes. Não muitas décadas depois, o filósofo alemão Friedrich Nietzsche, “matou Deus” em suas publicações. Hoje, vivemos o resultado desse rompimento, numa sociedade altamente tecnológica e ateísta, onde ser religioso pode ser motivo de perseguição.

É preciso antecipar que a religião é um conjunto de crenças que tenta religar o ser humano ao seu Criador ou a uma deidade qualquer. A mitologia grega, por exemplo, admite diversas divindades, no que é chamado de politeísmo. Entretanto, não são todas as religiões que invocam um Deus criador e soberano em todas as coisas. Em se tratando do Cristianismo protestante, religião na qual o único Deus se manifesta como criador, e que busca explicar a origem de tudo, é perfeitamente razoável a conciliação com a ciência. Subentende-se que, por admitir que Deus é criador de tudo e de todos, a ciência também foi criada por Ele e para Ele. Se Deus é perfeito e impassível de erro, a ciência deve atestar e não contestar Seus atributos e ações.

Há uma remessa de cientistas ateístas e de ideias antagônicas, que tentam deturpar o valor histórico e moral da Palavra de Deus. Por tais, as ciências acadêmicas são praticamente tidas como a cosmovisão perfeita, fazendo daqueles que discordam de seus preceitos, meros tolos enganados ou enganadores. Não é possível questionar a teoria da evolução – embora com argumentação científica – sem ser tachado como crente tolo, por exemplo. Porém, essa inverdade nos afasta de buscarmos um conhecimento maior a respeito do Criador e de toda a Sua criação.

Talvez a maior busca científica de todos os tempos seja a explicação da origem do universo e da vida. Recentemente, o físico britânico Peter Higgs recebeu o prêmio Nobel pela sua formulação em torno da partícula elementar que recebe seu nome, o Bóson de Higgs. O assunto da origem do Universo e da vida é extenso e não parece ter seu fim muito próximo. E é por esta razão que na próxima semana estaremos discutindo o assunto da Origem da Vida. Até lá!