Aprendendo a enxergar

Blog By out 11, 2014

Aprendendo a enxergar

Eu estive pensando muito sobre como as coisas ganharam sentido, cor, nitidez e brilho quando aceitei a Cristo. Muitos conceitos que eu tinha foram quebrados, ou desvendados, eu estava cega e passei a enxergar tudo mais claro.

Eu sou míope, e uma das coisas mais mágicas que existe para quem tem dificuldades de enxergar é o primeiro contato com um óculos ou lente com a correção correta para sua visão. Eu deveria usar óculos desde 2006, porém passei a usar de verdade em 2010 quando comecei a sentir dificuldade para distinguir o que via a uma certa distância. Quando eu coloquei o óculos e saí na rua parecia tudo novo, eu vivia a um ano em uma cidade e naquele dia eu conhecia uma cidade diferente, mais colorida e mais nítida. Foi incrível porque o meu grau é baixo e eu não esperava sentir uma diferença grande. Eu parecia uma criança, colocando e tirando aqueles óculos .

O mesmo aconteceu quando eu entendi o amor de Cristo comigo, quando eu passei da morte para a vida, da cegueira para a visão. Eu realmente era um criança descobrindo o maior parque de diversões com passe livre pra tudo.

É diferente tu ser inserido em um contexto quando não sente a necessidade daquilo. Eu não dei valor ao óculos em 2006 porque eu enxergava “tudo” sem ele, quando eu precisei dele foi que eu percebi a importância dele para o meu bem estar no presente e no futuro. É exatamente assim ao longo da nossa vida, quando temos alguns “contatos” com Deus, mas estamos tão cheios do vazio, e vazios de nós, que não percebemos a importância de darmos o espaço do vazio a Cristo, por estarmos cuidando de nós mesmos.

Eu não sentia falta de cor nas coisas, porque não sabia que as coisas tinham cor. Eu não sabia que vivia na escuridão, porque não conhecia a luz. Eu não sabia que era escrava, porque não conhecia a liberdade.

“Quem não conhece a luz não sabe o que é escuridão.”

Vivemos uma ilusão tão grande que não enxergamos que existem dois lados.

Eu vivia bem, eu enxergava “tudo”, até o dia em que eu coloquei o óculos e percebi que o que eu via eram apenas traços do que realmente existia. Eu sempre fui rodeada de pessoas e cheia de programas divertidos. Isso mascarava o meu vazio de uma maneira que eu tinha certeza que era feliz. É claro que, se tu não para nunca, tu acaba não se examinando e não enxerga o que te falta. Essa felicidade mascarada se desfez quando eu comecei a pensar, quando eu comecei a olhar pra dentro de mim e percebi que a vida não era só aquilo ali.

Do mesmo modo em que as coisas ganharam cor com o óculos, com Cristo tudo ganhou amor. Eu comecei a entender porque as pessoas eram cuidadosas umas com as outras, porque se importavam, porque as relações não tinham interesses. Comecei a procurar entender as razões pelas quais as pessoas agiam de determinado modo e não simplesmente a julgar o modo de agir de cada pessoa.

A sociedade nos impõe padrões de felicidade palpável e acabamos aceitando se não descobrimos que a felicidade não deve ser passageira. Descobrir que eu poderia ser feliz e livre foi sem dúvida a melhor de todas as descobertas da minha vida. Não existe avanço humano e tecnológico que se compare à liberdade.

“Disse Jesus: “Eu vim a este mundo para julgamento, a fim de que os cegos vejam e os que vêem se tornem cegos”.” – João 9:39 (NVI)

Deus pode transforma qualquer dia nublado em um dia lindo de verão, basta a gente estar disposto a conhecer além da nuvem.

Sobre Paloma Pena

Teimosa, intensa, super protetora, eterna criança, aprendiz de engraçada.

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Teimosa, intensa, super protetora, eterna criança, aprendiz de engraçada.