Era uma semente boa, bonita. Especialmente pequena, mas intensa. Assim como eu. Plantei naquela terra dura, terra que chorava, terra frustrada, terra estéril. – Bom, querida. Você foi pela fé. Não existe a menor possibilidade humana de algo frutificar aqui.
Entre Nós
Apenas um minuto em Sua presença e já descubro o quanto Seu toque me transforma. Santo. Santo. Santo.
Eu que ja fui Sara, ja fui Agar, ja fui Ana… Hoje me sinto como Ester.
Naqueles dias, o tempo era de sequidão. De deserto, de desencontro, desatenção. Minha sede aumentava a cada minuto diante daquele sol. Temia pela noite, temia pelo dia. Onde estava o alimento que me faltava? Onde estava quando estava só? Quando Ele rompeu o silêncio do meu coração, sentia que o final me surpreenderia. – Você tem tudo o que precisa…
Um pasto verde, incrivelmente bonito estava diante dos meus olhos. Polvilhando a linda vista, pequenos pontinhos de algodão branco formavam uma nuvem fora do céu. Olhei para mim, então. Era pequena. Com manchinhas pretas. E um pouco suja também, afinal, andei muito para encontrar um pasto como aquele.
Meus pés e braços estavam presos a um tronco quando acordei. Me prenderam sem que pudesse me defender, sem que pudesse dizer… Que era pelo Amor.
Não me importei com o frio, com o vento ou com aquela garoa fina que molhava o meu rosto. No meio da noite, sentei-me debaixo daquela árvore para falar com Você.
Ao entrar naquele estúdio, todas as luzes apagadas sinalizavam uma surpresa para mim. Corri até os interruptores e, uma por uma, lâmpadas iluminavam à frente do meu rosto.
Não compreendo o caminho que tens pra mim. Sei que por um tempo só tenho falado, pedido, chorado. Não te escrevi mais.
Me olhava no espelho, mas via que ele estava quebrado. Maltratado. Mal. Tratado. Comecei a recolher os cacos de vidro que sobraram e levei até Ele.
