O que é a conversão?

O que é a conversão?

Blog By mar 16, 2015

O que é a conversão?

Um método que gosto de usar para explicar muitas coisas é começar dizendo o que elas não são. Gosto de usar isso quando alguns temas possuem definições populares mas que, apesar de bastante difundidas, estão em desacordo com as Escrituras.

Primeiro: Conversão não é uma decisão ou resolução moral do homem. Um conceito bastante popular de conversão está ligado a vida moral dos que professam a Fé cristã. Crente não rouba, não mata, não bebe… Ora, roubar não é algo proibido ou imoral apenas para cristãos, mas para ateus, espíritas, budistas e para qualquer ser humano; o ato de roubar segue uma convenção social universal de que é imoral. Logo, Conversão não é assumir a partir de um momento a necessidade de praticar boas obras e viver de forma correta na sociedade em que se está inserido.

Segundo: Conversão não é uma decisão intelectual. É comum em algumas denominações o momento do apelo final ou o “convite a Salvação”. Veja, após um sermão de 45 minutos, onde a pessoa foi exposta a uma explanação sobre um assunto bíblico que não necessariamente trata especificamente do arrependimento, do perdão e do poder da Cruz, temas básicos para compreender a Salvação, aquele homem ou mulher é submetido a uma oração realizada por repetição e recebe, de forma quase que papal, a Salvação. Isto é obviamente um atentado a ensinos básicos do Evangelho e não encontra suporte bíblico senão na fragilidade de alguns versículos mal interpretados.

O que é a Conversão então? A Conversão é um processo e não um momento, por isso ela não pode ser fundamentada em uma decisão tomada por alguém ao final de um sermão que pode ter mexido com o emocional dessa pessoa, mas não com sua mente. A Conversão também é uma alteração de caminho, uma mudança radical naquilo em que creio e confio. A Conversão significa que agora meu coração caminha e deseja caminhar em direção a Deus e rejeita de forma absoluta e incondicional aquilo que é desprezado por Ele.

Conversão é uma profunda mudança de confiança. A minha confiança depositada nas minhas habilidades, bens, amigos, governo etc. é substituída por uma confiança plena em Cristo. Minha esperança neste mundo e naquilo que posso conquistar por meio das minhas capacidades é substituída pela Esperança que tenho em Cristo e naquilo que Ele não irá conquistar, mas já conquistou de forma gloriosa na Cruz.

O chamado dos discípulos é algo fantástico de se analisar, a simplicidade do ato de Simão Pedro e André ou João e Tiago, largando suas redes (Mateus 4:18-22) ou de Mateus abandonando seu posto na alfândega (Mateus 9.9) e seguindo a Cristo, tem um profundo significado espiritual para explicar a Conversão. O poder do chamamento de Cristo e o convencimento gerado pelo Espírito Santo faz com que o homem abandone de forma imediata aquilo em que ele deposita sua confiança.

Por fim, Conversão é um ato de Ressurreição. Pega-se um cadáver, um corpo totalmente sem vida, pois não há Espírito nele, o Pecado não apenas o aprisionou mas o consumiu até a morte, não passam de ossos secos e empoeirados. Então, fazendo uso de seus ministros, nós, os salvos, os já convertidos, Deus diz: “Diga a esses ossos: Ouçam a Palavra de Deus!” (Ezequiel 37:4). E a Palavra, não nós, mas a Palavra, a mesma que gerou o Universo do absoluto vazio e ordenou toda a Criação, faz com que ossos secos e sem vida criem juntas, nervos, carne e um coração pulsante.

Conversão nada mais é do que a sobrenatural atuação do sangue de Cristo por meio da pregação da Palavra de Deus, que tem o verdadeiro poder de ressuscitar os mortos. Então pregue a Palavra de Deus. Ressuscite os mortos.

Soli Deo Gloria

Sobre Daniel Clós Cesar

Casado e quase pai, sou formado em História e em Teologia, mas não me considero nem historiador nem teólogo, mas sou um leitor compulsivo de teologia, história e quadrinhos, também sou ilustrador nível super-hiper-básico (um chimpanzé cego tem mais habilidades).

Author

Casado e quase pai, sou formado em História e em Teologia, mas não me considero nem historiador nem teólogo, mas sou um leitor compulsivo de teologia, história e quadrinhos, também sou ilustrador nível super-hiper-básico (um chimpanzé cego tem mais habilidades).